Roteiro
de Preparação para uma boa confissão seguindo as mensagens para a quaresma do
Papa Francisco
O Papa
Francisco motiva-nos à reconciliação com Deus e com nossos irmãos lembrando-nos
de que “Deus não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um
de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de
nós e vai à nossa procura, quando O
deixamos. Interessa-Se por cada um de
nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos
acontece.”
1. Oração
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
O Espírito Santo de Deus nos faz ver claramente nossas
faltas, admitir nossos erros e buscar uma nova vida:
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e ascendei
neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e renovareis a face da
terra. Ò Deus que instruístes os corações dos vossos fieis com a luz do
Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo
Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Leia um dos textos abaixo e depois reze com o salmo 50
Texto 1: Ez 11, 19-20
“Leitura da profecia
de Ezequiel dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo.
Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne.
Farei que vivais segundo os meus preceitos que observeis e ponhais em prática
as minhas leis. Sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus”.
Texto 2: Ef 5, 1-2
“Sede imitadores de
Deus, como filhos muito amados. Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que
nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus.”
Texto 3: Col 3, 8-10. 12-17
“Afastai de vós tudo o
que é cólera, irritação, malícia, insulto, linguagem torpe. Não mintais uns aos
outros, vós que vos despojastes do homem velho com as suas ações e vos
revestistes do homem novo, que, para alcançar a verdadeira ciência, se vai
renovando à imagem do seu Criador.”
Salmo 50
Senhor Deus, misericórdia!
1. Misericórdia de
mim, Deus de bondade, / misericórdia por tua compaixão! / Vem me lavar das
sujeiras do pecado, / vem me livrar de tamanha perdição! / Reconheço toda a
minha maldade, / diante de mim a vastidão de minha ofensa... / Foi contra ti,
meu Senhor, o meu pecado, / e pratiquei o que é mal em tua presença!
2. Bem sei da retidão
dos teus mandados / e da verdade que teu falar propõe, / mas te lembras: eu
nasci já na maldade / e no pecado concebeu-me minha mãe! / Que tu amas a
verdade sei e sinto / e me ensinas o saber do coração; / vem me banhar com tua
graça e serei limpo, / mais puro que um capucho de algodão!
3. Faz-me escutar uma
palavra de alegria / e assim contentes vão dançar os ossos meus; / A minha
culpa apagarás em pleno dia / e os meus pecados faz sumir dos olhos teus! /
Cria em mim um coração imaculado, / não desprezes a poeira que criaste, / não
me ponhas para fora do teu lado / e teu Espírito não se afaste deste traste!
4. Que teu perdão me
inunde de alegria / e um espírito generoso me sustente; / ensinarei aos maus as
tuas vias, / será imensa a procissão dos penitentes! / Vem me livrar de toda
morte violenta / e tua justiça, ó meu Senhor, irei gritando; / abre meus lábios
e esta boca bem atenta, / o teu louvor alegremente irá cantando!
5. Pois tu não queres
sacrifício nem oferta, / meu sacrifício é meu espírito contrito. / Um coração
que esmagado se converta. / Tu não desprezas, nem te vai despercebido! /
Derrama, enfim, tuas graças em Sião, / vem, reconstrói as ruínas do teu povo; /
aceitarás as oferendas e oblações, / Receberás em teu altar um culto novo!
6. Louvor a ti, o
universo todo adora, / tu és a paz, a vida plena e o perdão. / Do mundo inteiro
vem a prece que te implora, / ó vem depressa e dá-nos tua salvação.
2. Exame de Consciência
Seguindo as palavras do Papa Francisco examine seus
pensamentos, atos, palavras e omissões:
Tenho me interessado pelos outros, seus problemas,
tribulações e injustiças que sofrem?
Vejo no meu próximo, o irmão e a irmã pelos quais Cristo morreu e ressuscitou?
Sinto que tudo o que recebi, recebi também para eles?
Tenho levado ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem
vive próximo de mim como a quem está longe, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja?
Tenho recordado da fragilidade da minha vida e que eu
preciso de Deus e dos irmãos?
Tenho resistido à
tentação diabólica que leva a crer que é possível salvar-me sozinho?
Busco acordar a minha consciência perante o drama da
pobreza?
Procuro sinceramente entrar no coração do Evangelho, onde os
pobres são os privilegiados da misericórdia divina?
Abro a porta a cada necessitado e nele reconheço o rosto de
Cristo?
Reconheço o outro como um dom? Reconheço, com gratidão, o
seu valor?
Busco curar as relações com os outros, transformando a fé em
vida e as palavras em obras boas, especialmente para os necessitados;?
Procuro curar minha vida familiar, dando aos filhos e aos
entes queridos não só dinheiro, mas sobretudo tempo, atenção e amor?
Sou fiel na minha oração diária?
Tenho rezado? Ou tenho subestimado a força da oração?
Permito que Deus revista-me da sua bondade e misericórdia para
me tornar servo de Deus e dos homens?
Busco voltar para Deus de todo o coração, crescendo na
amizade do Senhor?
Sinto vergonha do meu pecado? Faço-me humilde reconhecendo
meus erros? Sinto que sou pecador?
Reconheço minhas fragilidades ou sinto-me “imortal”, “imune”
ou até mesmo “indispensável”?
Reconheço a Misericórdia de Deus que me oferece uma nova
possibilidade de me arrepender, converter e acreditar?
Tenho um coração misericordioso, forte, firme, aberto a
Deus?
Meu coração tem sido duro, insensível a Deus e ao meu
próximo?
Procuro ler todos os dias a Palavra de Deus?
Deixo-me servir por Cristo ouvindo a Palavra de Deus, recebendo
os sacramentos, principalmente a Eucaristia?
Tenho deixado de dar ouvidos à Palavra de Deus? Deixando de
amar a Deus e, conseqüentemente, desprezando o próximo?
Procuro sair da minha alienação existencial, escutando a
Palavra e fazendo obras de misericórdia?
Com batizado, tenho experimentado que faço parte do Corpo de
Cristo? Um corpo que recebe e partilha aquilo que Deus quer me dar? Um corpo que conhece e
cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos?
Como Igreja, tenho me esforçado para assumir a sua natureza
missionária não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens?
Participo assiduamente dos Sacramentos, de modo especial, da
Eucaristia e da reconciliação?
Tenho motivado círculos fechados onde a pertença ao grupinho
se torna mais forte do que a pertença ao Corpo
e, em algumas situações, ao próprio Cristo?
Tenho assumido minha vida cristã sendo missionário da Boa
Nova com minha vida, meu trabalho e testemunho alegre e convincente?
Tenho consciência de dar exemplo de vida e virtudes para
evitar os escândalos que ferem as almas e ameaçam a credibilidade do meu
testemunho de fé?
Busco viver com honestidade que é a retidão, a coerência e o
agir com absoluta sinceridade comigo mesmo e com Deus?
Tenho permitido que o dinheiro me prenda a uma lógica
egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz?
Minha ganância tem me feito vaidoso?
Tenho vivido de aparências mascarando o meu vazio interior?
Tenho me lembrado de que sou pó da terra e à terra hei de
voltar? E que nada trouxe ao mundo e nada levarei dele? (1 Tm 6, 7).
Tenho tido uma vida dupla, sendo cristão apenas em alguns
momentos e vivendo como se não fosse em outros?
Tenho procurado me abster das murmurações, às críticas
vazias? Reconheço as qualidades das pessoas?
Evito conscientemente as fofocas, murmurações e o mexerico?
Tenho caído na tentação da vanglória?
Tenho agido ou incentivado as rivalidades e
desentendimentos?
Procuro curar o modo de
falar, purificando a língua de palavras ofensivas, vulgaridades e
discursos de decadência mundana?
Busco curar as feridas do coração com o óleo do perdão,
perdoando as pessoas que nos feriram e medicando as feridas que provocamos aos
outros?
Busco curar-me da inveja, da concupiscência, do ódio e dos
sentimentos negativos que devoram a minha paz interior e me transformam em uma
pessoa destruída e destruidora?
Procuro curar-me do rancor que me leva à vingança?
Busco curar-me da preguiça que me impele à eutanásia
existencial, do apontar o dedo que nos leva à soberba e do lamentar-se
continuamente que nos impede ao desespero.
Mergulho no trabalho, descuidando de sentar-me aos pés de
Jesus?
Tenho gastado meu tempo em acumular bens?
Tenho pensado somente em mim mesmo e perdido a sinceridade e
o calor das relações humanas?
Escondo coisas ou situações para tirar vantagens delas em
outros momentos?
Por ciúme ou por astúcia, sinto alegria ao ver o outro cair,
ao invés de erguê-lo e encorajá-lo?
Tenho colocado meu conhecimento ou habilidades a serviço dos
outros?
Tenho tido prontidão, buscando saber agir com liberdade e agilidade, sem
apegar-me às coisas materiais que passam?
Procuro curar o meu trabalho, realizando-o com entusiasmo,
humildade, competência, paixão e ânimo que sabe dar graças ao Senhor?
3. Preparação próxima e
confissão
No momento em que for de fato buscar o sacramento da
reconciliação faça uma lista (mental ou mesmo escrita)dos pecados que reconhece
e que vai dizer diante do ministro da reconciliação. Ao fazer a lista devemos
nos prevenir de dois extremos: de não encontrar “pecados” dos quais nos
arrependemos ou de se acusar de tudo, fazendo uma lista por demais minuciosa.
Na fila, ou pouco antes de se confessar:
a) Relembre a lista dos pecados;
b) Peça a Luz do Espírito Santo e a graça do arrependimento;
c) Reze o ato de contrição, haja vista que em muitas
ocasiões ele não é pedido pelo ministro.
Meu Deus, pesa-me de todo o coração e arrependo-me do mal que pratiquei
e do bem que deixei de fazer, porque, pelos meus pecados, Vos ofendi a Vós, que
sois o sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Proponho firmemente,
com o auxílio da vossa graça, fazer penitência, não mais tornar a pecar e fugir
das ocasiões do pecado. Senhor, pelos merecimentos da paixão do nosso Salvador
Jesus Cristo, tende compaixão de mim. Amém
Na Confissão:
a) Apresente-se e diga que busca a confissão por ter se
arrependido de seus pecados.
b) Diga os pecados e se achar necessário peça a indicação de
algum caminho para superar os pecados.
c) Diga que gostaria de receber a absolvição e abra-se à
Graça de Deus.
d) ouça com atenção a penitência indicada para que possa,
assim que possível, cumpri-la.
Após a confissão
a) Agradeça a Deus pela sua misericórdia. Pode-se rezar
alguma oração de costume ou pode rezar ou cantar a canção que segue como uma
oração de agradecimento:
Obrigado, Senhor,
porque és meu amigo.
Porque sempre comigo
Tu estás a falar.
No perfume das flores,
na harmonia das cores e no mar que murmura o Teu nome a rezar.
Escondido tu estás no verde das florestas,
Nas aves em festa, no sol a brilhar.
Na sombra que abriga, na brisa amiga.
Na fonte que corre ligeiro a cantar.
Te agradeço ainda
porque na alegria,
Ou na dor de cada dia
posso Te encontrar.
Quando a dor me
consome, murmuro o Teu nome e mesmo sofrendo, eu posso cantar.